Do meu livro Poesia provisória, 2019, Editora Radiadora
Nirton Venancio
(Os poemas aqui publicados estão registrados na Biblioteca Nacional. Podem ser reproduzidos desde que mencionados a fonte e o autor)
sexta-feira, 17 de outubro de 2025
sábado, 11 de outubro de 2025
sexta-feira, 10 de outubro de 2025
no meio da rua
“Um livro de poesia na gaveta / não adianta nada / lugar de poesia é na calçada”, começava Sérgio Sampaio sua belíssima composição Cada lugar na sua coisa, de 1976.
O poeta cearense Paulo Fraga-Queiroz ouviu o brado inquieto do compositor capixaba e botou nas ruas o bloco do genial projeto Poesia Em Cartaz:  pegou 80 autores com respectivos versos curtos e estampou em 80 outdoors pelas ruas de Fortaleza!
E aí me lembrei de um verso de Paulo Leminski que disse por trás de seus óculos e bigode: "Belo seria se os anúncios luminosos não fossem comerciais". Fraga-Queiroz, que também é publicitário, satisfez o desejo do poeta curitibano. 
Seu projeto reflete na paisagem urbana a desmercantilização da beleza e da arte. Poesia publicada na pele da cidade, a céu aberto, por suas esquinas e ruas, como registra a sinopse de sua ideia. Uma oportuna reflexão sobre o que é verdadeiramente belo, sobre o impacto da publicidade na sociedade através da poesia e na percepção da realidade na leitura de versos rápidos e tocantes.
Parabéns, Paulo, pelo seu imenso, urgente e necessário trabalho de divulgar poesia nas dimensões 9m x 3m de um outdoor.
Sinto-me honrado por estar na segunda temporada de 20 poetas.
E escolhi um verso que indicasse minha perplexidade e timidez sertaneja. 
quinta-feira, 2 de outubro de 2025
Poesia em Cartaz
"É com grande alegria que damos início à segunda edição do projeto Poesia em Cartaz.
E para abrir essa jornada, temos mais 20 poetas, letristas, romancistas nesta edição.
Destacamos a poesia de Nirton Venancio.
Poeta reconhecido, Nirton foi premiado em vários concursos nacionais de poesia. Publicou os livros Roteiro dos pássaros (prêmio Filgueira Lima de Poesia), Cumplicidade poética, Poesia provisória e Trem da memória. Além disso, é um dos fundadores do Grupo Siriará de Literatura e editou a revista Comboio de Literatura, ambos em Fortaleza.
Cineasta festejado, seu curta-metragem Um cotidiano perdido no tempo recebeu o prêmio Margarida de Prata da CNBB, além de melhor filme e melhor fotografia na Jornada da Bahia. E O último dia de sol foi premiado nos festivais de Curitiba, Cine Ceará e no Maranhão recebeu o Troféu Jangada da Organização Católica Internacional de Cinema.
Senhoras e senhores, com vocês, Nirton Venancio, um mestre da palavra e da imagem.
Nirton, pra mim, você é um dos grandes responsáveis por incendiar a cena cearense de literatura. Que honra ter você com a gente neste projeto, amigo! Arre-égua, macho! Evoé!
Serão 20 outdoors, 20 poetas, 20 poemas pelas ruas de Fortaleza. Uma miscelânea de vozes para dar conta da poesia nos dias de hoje.
A segunda edição vai acontecer de 06 a 19 de outubro. Ou seja, todos os participantes, a seu tempo, terão o momento de ver seu trabalho na rua e repercutindo nas redes sociais".
- Paulo Fraga-Queiroz, poeta e publicitário
sexta-feira, 26 de setembro de 2025
eu viajei de trem
"Nirton, finalmente estou conseguindo tempo pra me dedicar a seu livro.
Que bonita essa edição. E que belo e emocionante poema, meu amigo. Todo o conjunto (projeto gráfico, capa e a escrita falam a mesma língua, andam na mesma direção) me leva a viagem que é a sua, por óbvio, mas que também é daquela criança que ainda nos habita e entre nuances e um verso ou outro nos acena. De longe, porém dentro da gente. Enquanto a vida acontece quadro a quadro, da janela, enquanto o trem vai seu caminho. Estou emocionado, amigo! E a viagem ainda não terminou!
Não é à toa que desde a faculdade sou seu fã!"
- Paulo Fraga-Queiroz, poeta e publicitário (Fortaleza-CE)
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Trem da memória, Editora Radiadora, 2022
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
o bruxo e a paisagem
Ilustração: Daniel Kondo
Numa das primeiras vezes que Hermeto Pascoal fez show em Brasília, ficou encantado com a cidade. Não exatamente com a arquitetura diferente, mas com o verde por todos os lados.
Quando o carro, vindo do aeroporto em direção ao hotel, entrou no Eixão Sul, uma das largas avenidas de seis faixas que formam o desenho da asa do avião, o músico esverdeou seu olhar albino. 
Durante o percurso, entre silêncios e murmúrios melódicos improvisados, elogiava a paisagem na rodagem horizontal da janela.
Em um momento, disse, mais para si do que para quem estava ao seu lado: “Só faltam uns cabritinhos pastando nessa grama”.
Esse episódio sempre me comoveu. No livro de poemas que estou finalizando, A distância e a paisagem – Escritos sobre Brasília, menciono em um trecho:
“e os bodes pastando no verde do Eixão
que o bruxo Hermeto chegando imaginou”.
Ele partiu ontem aos 89 anos. 
Ficam na história da música brasileira, em nossa memória afetiva e no molde da saudade, seus hermetismos pascoais que nos salvam e sempre nos salvarão dessas trevas, como bem definiu Caetano. 
sexta-feira, 5 de setembro de 2025
Silvio Tendler
Fotos: Eduardo Knapp e Raphael Lucas
“Ficarei muito feliz em me ler na tua poesia”
Meu caro amigo partiu hoje, aos 75 anos. 
Uma manchete pulsando na província do meu coração.
Uma notícia que se derrama no presente de saudade.
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Da janela da casa
                                 olhei debruçado
          a história explodindo na rua Firmino Rosa:
                   os disparos no presidente em Dallas
                   os tanques de 64 vindo de Minas
                   dom Fragoso chegando da Paraíba
                      :    
       manchetes do mundo no beco da província
                   e o menino guardando tudo
                   para o poema no futuro do presente:
                           - um take de Oliver Stone
                           - um arquivo de Silvio Tendler
                           - um frame de De Sica. 
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